Xinavane's Restaurant

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terça-feira, 22 de abril de 2014

REFORMAS CURRICULARES NO SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇAO E A FORMAÇAO DE PROFESSORES: CASO DO ENSINO BASICO


As reformas curriculares surgem para fazer uma ruptura com as praticas passadas de um determinado sistema educativo. Elas são justificadas para ajustar os curricula com os interesses politico, social e económico. No sistema educativo Moçambicano, as reformas curriculares começaram em 2004 com o ensino básico, seguindo agora para o ensino secundário geral e ensino técnico professional.
A presente reflexão visa fazer uma analise entre as referidas reformas curriculares e a formação de professores que vão sustentar a implementação desses curricula, com maior enfoque no ensino básico.
Parto do pressuposto de que as reflexões sobre currículo devem incluir, necessariamente, reflexões sobre o professorado e sobre sua prática. Se a concepção de currículo corresponde às experiências pedagógicas em que docentes e estudantes constroem e reconstroem conhecimentos, cabe aos docentes a sua participação activa no processo de planejar e desenvolver tais experiências. Não ocorre desenvolvimento curricular se não ocorrer simultaneamente o desenvolvimento do professor e, com ele, o aperfeiçoamento das práticas escolares assim, não se pode pensar currículo sem se pensar o professor e a sua formação.

O que aconteceu foi que a reforma curricular no ensino básico não foi acompanhada por uma formação de Professores para essa nova realidade, o que de certa maneira dificultou a implementação do mesmo.
E tendo como base a concepção democrática de que a educação escolar de qualidade é condição de garantia de direitos e de construção do exercício da cidadania, na sociedade actual, há a necessidade de se repensar na formação dos professores. A escola actual, ainda exclui um contingente de alunos, por não terem um comportamento padrão, em termos de desenvolvimento da aprendizagem, linguagem, características sócio-econômicas favoráveis; ou em muitos casos, por terem alguma deficiência, precisando, neste sentido, urgentemente repensar a sua prática. Assim, acreditamos que a formação continuada dos professores necessita ser aprimorada, objectivando o enriquecimento teórico-prático para o melhor acompanhamento da diversidade escolar, visando oferecer oportunidades de desenvolvimento das potencialidades de todos os educandos.

Análise dos múltiplos contextos de educação moçambicana e o seu sistema avaliativo



O sucesso de qualquer actividade, desde que seja planificada precisa de uma avaliação, de modo a determinar, até que ponto os objectivos definidos foram ou não alcançados. Foi na base desse espirito que se fez esta reflexão na base de algumas consultas bibliográficas e da experiência cotidiana.
Se nós tomassemos a avaliação como um instrumento de tomada de juizo de valor, ou como um instrumento para obter resultados e decidir sobre o percurso a seguir, muitas das reclamações que hoje temos ouvido não existiriam. A maneira como os profissionais de ensino fazem a avaliação é como eles foram avaliados, servindo dessa forma a avaliação como arma fundamental do trabalho do professor por um lado, e da reprodução das formas de avaliação por eles realizado por outro lado.
Por essas e outras razões, o aluno/estudante/formando fica constrangido quando ouve que no dia  x terá uma avaliação.
 
Os resultados que hoje se obtem nas nossas instituiçoes de ensino, não são resultados reais, alguns deles são “ encomendados, fabricados”, por um lado com o professor por outro pela própria sociedade que o pressiona.
Nesta reflexão tentou – se trazer a lume algumas tendências históricas de sistemas educativos moçambicanos e as suas facetas avaliativas. A ideia deste trabalho é analisar ( embora não existir muita bibliografia sobre a matéria) como cada período educativo era concebida a avaliaçao. É dessa forma que se dividiu em 4 períodos aqui designados por contextos pedagógicos: o tradicional com maior incidência nos ritos de iniciaçao que constitui uma autentica escola, o colonial caracterizado por um sistema avaliativo meramente exclusivo, o pós independencia caracterizado por um facilitismo aos “militantes”, o moderno caracterizado na maior parte dos casos por troca de favores.
Como se pode depreender nesta reflexão tentou – se estrapolar algumas vivências que em algumas das vezes não se tem uma consistência bibliográfica.

 

Disciplina de Ofícios no Ensino Básico: ensino e desenvolvimento de competências – reflectindo sobre uma prática de desenvolvimento curricular nas Escolas do Distrito de Muecate – Província de Nampula


O objecto deste trabalho são as práticas de desenvolvimento curriculares nas escolas do  distrito de Muecate e sua relação com desenvolvimento de competências dos alunos do 3º ciclo do Ensino Básico na disciplina de Oficios. Constituiu objectivo desta pesquisa, analisar as práticas curriculares dos professores da disciplina de Ofícios que podem influenciar na formação de competências dos alunos do 3º ciclo do Ensino Básico no distrito de Muecate. A razão pela qual se optou por esta pesquisa foi por ter constatado que embora o Currículo do Ensino Básico tenha sido introduzido há mais de 5 anos, pouco se tinha feito para a sua melhor implementação, isto é, nos curricula de formação de professores até em 2003 pouco se falava dos conteúdos de Ofícios. A pesquisa é de enfoque qualitativa combinada da análise fenomenológica e, quanto aos objectivos, optou-se por uma pesquisa descritiva. O trabalho do campo baseado na técnica de entrevista do grupo focal e inquérito abrangeu 57 pessoas, sendo 10 professores que leccionam a disciplina de Ofícios na 6ª e 7ª classe e 47 alunos da 7ª classe. Os resultados da pesquisa mostram que os professores que leccionam a disciplina de Ofícios não tiveram nenhuma formação específica o que, de certo modo, justifica a forma de actuação didáctica e pedagógica, este facto é acrescido pelo facto de existir uma arbitrariedade na atribuição dos horários aos professores. As aulas teóricas são as que mais predominam, e as escolas não possuem oficinas para as actividades práticas, isto agrava-se na medida em que as escolas têm dificuldades de negociar com os mestres da comunidade de modo a usarem as oficinas que têm. Todas estas acepções, conclui-se que, as práticas curriculares que os professores usam na leccionação da disciplina de Ofícios no Ensino Básico nas escolas do distrito de Muecate não possibilitam a formação de competências (usar os conhecimentos aprendidos na resolução de problemas) nos alunos que terminam o 3º ciclo do Ensino Básico. É assim, que se sugeriu que se façam capacitações aos professores assim como as escolas promovam negociações com os mestres da comunidade para que os professores usem as oficinas que aqueles possuem.

 
Palavras-Chave: Currículo; Ensino Básico; Desenvolvimento Curricular; Competência; Zonas de Influência Pedagógica.

Currículo local na disciplina de Ofícios nas Escolas do distrito de Muecate – Província de Nampula


A presente comunicação tem por objectivo reflectir sobre o currículo local na disciplina de ofícios nas escolas do distrito de Muecate. Para a produção desta comunicação recorreu-se à pesquisa empírica. O Sistema Nacional de Educação define como sendo os seus princípios pedagógicos a ligação do estudo e a prática assim como a ligação estreita entre a escola e a comunidade. Foi nessa perspectiva que no currículo do ensino básico introduzido em 2004, uma das suas inovações foi a introdução da disciplina de ofícios e com ele a introdução da abordagem do currículo local, com intuito de torná-lo relevante de modo a facilitar a integração do aluno na comunidade e a valorização dos conhecimentos locais que não estejam integrados no currículo nacional. O trabalho do campo baseado na técnica de entrevista do grupo focal e inquérito abrangeu 57 pessoas, sendo 10 professores que leccionam a disciplina de Ofícios na 6ª e 7ªclasses e 47 alunos da 7ª classe. Dos dados obtidos concluiu-se que os professores da disciplina de Ofícios não mobilizam os conhecimentos locais para suprir as suas dificuldades durante a sua actividade, tendo em conta que, a disciplina de Ofícios é uma disciplina meramente prática que para a sua operacionalização depende muito do material local.

Palavras-chave: Currículo local; Currículo do Ensino Básico; Ofícios